River atravessava os corredores do hospital da alcateia Ventos Sombrios em passos largos, quase correndo. O peito arfava, o corpo ainda dolorido e sujo de sangue seco, mas nada disso importava. Tudo o que sentia era a ânsia de ver Lyra, de ouvir sua voz, de ter certeza com os próprios olhos de que ela ainda estava viva.
As lobas que trabalhavam ali desviavam para os lados, sentindo o peso de sua presença e o cheiro forte de sangue misturado à terra e ao suor da batalha. Ninguém ousou impedi-lo. Ele seguiu o cheiro doce e familiar de sua companheira, o vínculo chamando por ela como se sua alma inteira dependesse daquele reencontro. Só precisava vê-la bem, saber que estava fora de perigo.
Quando entrou no quarto, seu coração quase parou.
Lyra estava deitada na cama, o corpo coberto apenas por lençóis finos. O rosto pálido, os lábios secos, e mesmo assim, para ele, ela era a visão mais bela que poderia existir. Duas lobas estavam ao redor, limpando com cuidado os ferimentos e aplicando c