O acampamento de Atlas parecia uma ferida aberta pulsando no escuro. Tendas rasgadas de guerra, tochas cravadas na terra vermelha cuspindo chamas e fumaça, armas empilhadas em suportes improvisados. O chão, pisado por centenas de patas e botas, tinha o cheiro ácido de suor, metal e sangue. Ao centro, sobre um círculo de pedra carbonizada, erguiam-se duas hastes grossas, unidas por correntes de prata tão espessas que lembravam colunas; preso nelas, o Supremo.
River não era River.
A forma de Lycan dominava todo o espaço, uma presença monstruosa, músculos marcados por cortes recentes, feridas deixadas por Caleb, pelagem escura empapada de sangue, presas sujas. E, ainda assim, a pior parte não era a violência, nem a imensidão do corpo contido, era o olhar. Os olhos que um dia foram brasas vermelhas de sanidade e fúria agora estavam de um verde morto, turvo, obediente. Não havia reconhecimento, não havia resposta, apenas a respiração pesada de um animal adestrado.
Atlas passeava diante del