O hospital improvisado das raposas ficava numa parte mais alta do acampamento, era uma grande tenda e tudo ali era silencioso, as pessoas mal passavam por perto para não incomodar aqueles que precisavam de cuidados. Lá dentro, o ar cheirava a álcool, ervas e remédios. Jully estava deitada numa das macas, o corpo coberto por lençóis limpos. Suava, mas já não tremia tanto, o que já era bom.
Bertil permanecia sentado ao lado dela, quase sem piscar, estava ali a horas, verificando pessoalmente cada sinal vital da loba, procurando qualquer sinal de que seu corpo ainda estivesse lutando. A cada pequeno movimento, ele se inclinava, atento, medindo a temperatura da pele dela, o ritmo da respiração.
Cecile apareceu com uma tigela de água e um pano úmido.
— Você precisa descansar um pouco — disse, colocando a tigela na mesa. — Eu posso cuidar dela agora, já ajudou muito.
— Ela ainda está fraca — respondeu ele, sem desviar o olhar. — A febre pode voltar.
— Eu sei — Cecile assentiu, suspirando.