O sol ainda nem tinha subido por completo quando Renee chamou Lua para fora da caverna. O ar da manhã estava frio, e o chão coberto de orvalho do amanhecer. O acampamento das raposas começava a despertar aos poucos, o barulho de vozes, de passos, de ferramentas, pessoas começando a preparar as refeições do dia.
Renee caminhava à frente, com um tipo de manto amarrado nos ombros e o cabelo preso em uma trança grossa. Lua a seguiu, esfregando as mãos para aquecer os dedos, estava usando roupas que lhe deram no acampamento, uma blusa de mangas longas meio folgada e calças jeans. Seus cabelos brancos estavam presos num rabo de cavalo.
— Vamos começar simples — disse a raposa, parando no meio de uma clareira aberta entre as rochas. — Você tem dentro de si algo que ainda não sabe usar. Seu dom não é só ver o que vem, é também sentir o que tentam esconder de você..
Lua franziu a testa.
— O que quer dizer?
— A verdade. — Renee apontou para o peito dela. — Oráculos têm o dom da visão, sim, mas