As primeiras fileiras do exército inimigo romperam dos dois lados da estrada de terra. O metal da cerca chiou, cedeu, o portão estremeceu no batente. Explosões menores varreram a base, os selos que restavam, e, enquanto fumaça branca subia como névoa, formas saltaram por cima. O portão descarrilou da própria guia, tombando numa nuvem de pó, o som das defesas caindo ecoando pela lua sangrenta como um trovão que anunciava que tinham sido invadidos.
Muitos lobos de Atlas não levantaram, mas os que levantaram eram suficientes.
Atlas veio atrás, alto, imenso, em forma humana mesmo entre os lobos, como quem aprecia a própria entrada, o corpo desenhado e marcado de batalhas, a mandíbula cerrada, olhos cinza-escuros que, à luz da noite, quase pareciam negros.
Parou a poucos passos do portão derrubado, ao lado dele, dois comandantes em forma de lobo, suas garras banhadas em prata, manchadas pelo sangue dos soldados da Lua Sangrenta que faziam a primeira defesa do portão. Atrás, uma massa viva