A semana passou arrastada, mas sem grandes sobressaltos, uma rara trégua na mansão. Todos estavam mais preocupados em organizarmos para viagem de Alistair e Eleonor.
Já se passava da meia-noite quando me sentei na beira da cama para desfazer o lenço e soltar o cabelo. Meus cachos, grossos e apertados, se espalharam pelas minhas costas. Fiz uma anotação mental de pedir pra que Clarissa o cortasse na próxima semana.
Enquanto eu separava os fios com os dedos, ouvi um ruído abafado do outro lado da porta.
Franzi a testa. Levantei-me devagar, pés descalços no piso frio, e abri a porta com cuidado. O que vi quase me fez rir alto.
Clarissa estava prensada contra a parede do corredor, e Thomas colado nela, a mão na nuca dela, o cabelo dela desgrenhado, e os dois parecendo dois adolescentes sem noção nenhuma do perigo enquanto se beijavam ardentemente.
Assim que Clarissa me viu, empurrou Thomas com o peito, o rosto completamente vermelho.
— A gente… — Thomas pigarreou. — Peço desculpa,