O dia amanheceu cinzento. Uma neblina estranha encobria a cidade, como se ela mesma sentisse que algo ruim estava prestes a acontecer.
Leonel acordou sozinho na cama.
— Luna? — chamou, ainda com a voz rouca do sono.
Nada.
O banheiro estava vazio. O closet, intacto. Mas quando se aproximou da cômoda, notou algo estranho: o celular dela estava ali. Desligado. E o colar de prata que ela nunca tirava — presente de sua mãe — estava sobre a penteadeira.
Um arrepio percorreu sua espinha.
Ele pegou o telefone e ligou para o segurança do andar.
— A senhorita Luna saiu?
— Senhor Bragança, não, senhor. A última vez que a vimos foi às 23h, quando os dois entraram juntos.
— Algum movimento incomum?
— Houve uma queda de energia por sete minutos, por volta das três da manhã. Mas os geradores entraram em ação. Câmeras ficaram fora do ar nesse intervalo.
Leonel sentiu o sangue sumir do rosto.
— Quero todas as imagens. Agora.
Ele desligou e correu até o escritório. Ligou para Felipe, o detetive.
— Luna