Dois anos se passaram desde aquele primeiro choro que transformou para sempre a vida de Luna e Leonel. O mundo continuou girando com suas incertezas, mas dentro da casa de portas azuis e paredes claras, havia paz. Uma paz construída com esforço, lágrimas e renascimento.
Luna observava Lara brincar no quintal com uma boneca nos braços. O sol da tarde acariciava os cabelos da menina, agora cacheados e dourados, tão parecidos com os dela quando era pequena. A risada de Lara era clara, cheia de vida, do tipo que purifica qualquer cansaço.
— Mamãe, olha! A bonequinha tá doente, mas eu já dei remédio — disse Lara, correndo para os braços de Luna.
— E você cuidou muito bem dela — respondeu, pegando a filha no colo e beijando-lhe o rosto. — Igual como eu cuido de você.
Lara sorriu e deitou a cabeça no ombro da mãe.
Leonel apareceu com uma xícara de chá e um sorriso no rosto.
— Hora do descanso das princesas?
— É — respondeu Luna. — Ela já correu o suficiente por hoje.
Leonel se sentou ao lado