Luna acordou com uma fisgada aguda na parte inferior do ventre. Eram quase cinco da manhã, e a casa ainda dormia sob o som tranquilo da chuva. Sentou-se com cuidado, ofegante, e esperou que a dor passasse. Mas ela não passou — ao contrário, retornou mais intensa alguns minutos depois.
Ela respirou fundo, como aprendera nas aulas de preparação para o parto, e tocou a barriga com carinho.
— Está na hora, não é, meu amor?
Levantou-se devagar, tentando manter a calma. Caminhou até o quarto, onde Leonel ainda dormia, enrolado no lençol. Aproximou-se e tocou seu ombro.
— Leonel…
Ele despertou num salto, os olhos imediatamente atentos ao ver a expressão dela.
— O que houve? Está sentindo alguma coisa?
— Acho… acho que está começando. As contrações estão vindo com intervalos regulares.
Leonel se levantou num pulo.
— Certo. Ok. A bolsa? A bolsa está pronta. Você tomou água? Quer chá? Precisamos cronometrar as contrações!
Luna riu, mesmo com a dor que começava a se intensificar.
— Amor… calma.