A chuva caía fina quando Leonel, ao lado de Marcelo, parou diante de um galpão abandonado no distrito industrial da cidade. A estrutura enferrujada parecia prestes a desabar, mas era exatamente ali que Marcelo garantia estar o primeiro rastro deixado por Alícia.
— Certeza que é aqui? — Leonel perguntou, cerrando os punhos dentro do casaco escuro.
— Alícia sempre teve um gosto peculiar por lugares simbólicos. Esse galpão pertencia ao seu pai… ou melhor, ao homem que ela achava que era seu pai.
Leonel o encarou, confuso.
— Como assim?
— Entra. É melhor você ver com seus próprios olhos.
Marcelo destravou a porta lateral com uma chave antiga e os dois entraram. O lugar tinha cheiro de mofo e madeira apodrecida. As luzes não funcionavam, então Marcelo acendeu uma lanterna.
Caminharam por corredores estreitos e escadas até chegar a uma sala escondida no fundo. No centro, uma mesa antiga coberta por um pano empoeirado. Marcelo retirou o tecido com cuidado, revelando dezenas de pastas, fotos