O céu daquela noite parecia um manto de veludo salpicado de diamantes. A caravana havia montado acampamento no coração de uma planície árida, onde o vento soprava leve e a terra guardava o calor do dia. Ao redor, as fogueiras crepitavam preguiçosamente, lançando pequenas faíscas ao ar. O único som além do fogo vinha dos grilos, que preenchiam o silêncio com seu canto constante e hipnótico.
Patrícia estava sentada sobre um tronco gasto, os cotovelos apoiados nos joelhos, observando as estrelas com o olhar perdido — como quem procura respostas no infinito. A brisa noturna balançava seus cabelos soltos, fazendo com que algumas mechas roçassem seu rosto.
Carlos se aproximou devagar, os passos afundando levemente na terra seca, até parar ao lado dela. O clarão da fogueira tingia o rosto dele de laranja e dourado.
— As mais lindas que já vi também… — murmurou, olhando para o mesmo céu. — Percebi que é boa a vida que minha tia leva junto de todos os seus companheiros. — disse com um leve