Cheguei em casa quando o céu já vestia tons profundos de azul-escuro e os primeiros lampejos das estrelas surgiam entre as nuvens. Depois de um banho quente que acalmou meu corpo e renovou minha alma, vesti um vestido amarelo claro, de tecido leve, que balançava suavemente com cada passo. O perfume de jasmim que costumo usar envolvia-me delicadamente, como um sussurro de boas lembranças.
Desci as escadas com passos tranquilos, ouvindo as notas suaves do piano que preenchiam a casa com uma melodia serena. Na sala, minha mãe tocava ao lado de Elisa, que acompanhava com atenção os movimentos dos dedos da nossa mãe sobre as teclas marfim.
Ao notarem minha presença, a música cessou. Um silêncio acolhedor tomou conta do ambiente antes que minha mãe, com um olhar carinhoso, perguntasse:
— Como foi o seu dia, minha querida?
— Maravilhoso! — respondi com um sorriso que me iluminava o rosto por dentro.
Elisa ergueu uma sobrancelha, curiosa.
— E qual o motivo para tanta felicidade?
Sentei-me no