— Jovem? É… parece que juventude anda sendo desculpa para muita coisa nessa casa ultimamente.
O comentário caiu como uma pedra na cozinha. Alina congelou. Sentiu o sangue sumir do rosto. Joaquim nem a olhou diretamente, mas ela sabia. Sabia que era uma indireta para ela.
— Especialmente para quem sai escondida de madrugada — ele completou, com um tom sarcástico e o olhar cortante pousando em Alina por um breve instante antes de se afastar da mesa.
Alina ficou atônita. Sentiu-se exposta, diminuída. Alice franziu o cenho, confusa, mas não disse nada. O
silêncio que se seguiu foi tão pesado que nem o tilintar da colher no chá conseguiu suavizar.
Alina passou o restante da manhã distante. Sabia que quando Joaquim estava irritado não adiantava
confrontá-lo. Ele podia ser intenso demais, e qualquer palavra errada só alimentaria o fogo. Resolveu manter distância e dar espaço. Quando ele se acalmasse, então, talvez fosse possível se aproximar outra vez.
Durante a tarde, Alina se dedicou ape