Quando os lábios se afastaram, ele encostou a testa na dela, o olhar febril.
— Você não tem ideia do que faz comigo.
Ela respirava ofegante, perdida entre o desejo e a raiva.
— Não tenho.
— Porque gostar de você me assusta pra caralho.
Alina fechou os olhos. E dessa vez, foi ela quem o beijou. Não por piedade. Mas porque, pela primeira vez, ouviu a verdade.
O beijo ainda latejava em seus lábios quando ele a puxou pela mão, subindo os degraus ao lado dela com passos decididos. A respiração dos dois estava fora de controle, como se cada degrau fosse uma provocação.
No corredor escuro, o silêncio se fechou ao redor deles como um segredo que ninguém mais podia ouvir.
Joaquim abriu a porta do quarto, e a madeira rangeu como se soubesse o que estava por vir. Alina entrou primeiro, hesitante, os olhos varrendo o ambiente já conhecido, mas que agora parecia novo, carregado de promessas perigosas.
Ela se virou devagar. Joaquim a encarava da porta, a mão ainda na maçaneta, como se estivesse esc