— Não? Porque é isso que você é, Alina. Uma confusão. Uma distração passageira. A babá que subiu de cargo — disse com veneno na voz. — Mas sabe o que você nunca vai ser? Parte da vida dele. Da verdadeira vida dele.
— Você já perdeu esse lugar há muito tempo, Clara — respondeu Alina, com firmeza, apesar da voz baixa.
— Perdi? — Clara se aproximou, diminuindo o tom e sorrindo com frieza. — Querida… eu ainda sou a esposa dele. Ainda assino como Clara Monteiro. E essa casa — ela olhou ao redor — ainda é minha nos papéis. E logo, serei um
incômodo que você não vai mais conseguir ignorar.
Antes que Alina pudesse responder, Clara sorriu de canto e sussurrou:
— Aproveite enquanto dura. Daqui a pouco Joaquim te joga fora.
E então, com a postura de quem achava que havia vencido, Clara virou as costas e foi embora.
Alina ficou ali parada, engolindo em seco, lutando para não deixar as lágrimas caírem.
Clara caminhou determinada pelo corredor, os saltos ecoando no piso de madeira com confiança. C