A chegada de Izadora à fazenda foi silenciosa apenas no som. Porque tudo o mais gritou alto: o tilintar das malas caras, o perfume forte que invadiu os corredores, o riso exagerado ecoando pela varanda, e o brilho novo das joias que Bruno pessoalmente mandou buscar na cidade.
Joana supervisionava tudo com olhos de águia, encantada com a afilhada, como se Izadora fosse a única mulher digna de habitar aquela casa.
— Troquem os móveis do quarto de hóspedes. Que fique mais confortável pra Izadora — ordenou Joana com ares de imperatriz.
Mas não era o quarto de hóspedes que se transformava. Era o quarto que antes pertencia a Rafaella.
Tudo que era dela foi empacotado e levado para o antigo cômodo dos empregados reformado às pressas, com paredes frias e janelas estreitas. Como um castigo imposto em silêncio.
Rafaella assistia à movimentação com um nó na garganta. Dália tentou consolar:
— Vai passar, menina... Toda tempestade passa.
Mas Rafaella já não sabia se era tempestade ou um furacão se