A suíte estava mergulhada em sombras quando Rafaella entrou, o coração já apertado no peito. O relógio marcava quase meia-noite. Ela havia tentado se manter no quarto de hóspedes, mas a empregada viera com um recado direto:
— O senhor Bruno disse que deseja a sua presença na suíte principal. Agora.
Ela caminhou até lá como quem vai ao cadafalso. O ar era denso, o ambiente frio apesar da temperatura. Ele estava em pé, próximo à janela, de costas, com uma taça de uísque nas mãos.
— Então... — disse ele, virando-se lentamente. — Chegou a hora de pagar por suas brincadeiras.
Rafaella gelou.
Ele se aproximou com passos calculados. Parou à frente dela e ergueu seu queixo com dois dedos, como quem examina uma propriedade rebelde.
— Vai aprender a ser uma boa esposa, Rafaella. Nem que seja pela dor.
Ela tentou recuar, mas ele a puxou pelo braço.
A noite caiu sobre ela como um castigo. As palavras que ele dizia, as ordens murmuradas, os olhares de desprezo. Tudo misturado a um controle que suf