A sala estava em festa, mesmo sem ser dia de festa. Carrinhos novos, videogame, quadriciclo motorizado. Matheus corria de um lado ao outro, encantado com os presentes que pareciam saídos de um sonho de menino.
— “Olha, Tia Beca! Olha isso!” — gritou ele, girando um carrinho de controle remoto no chão de madeira.
Rebeca ajeitava as embalagens já abertas com um olhar desconfiado para Bruno e José Ricardo, que sorriam satisfeitos.
— “Vocês não poderiam esperar pelo dia da festa?” — ela perguntou, com a voz firme e cortante.
— “Não queríamos perder o brilho da surpresa.” — respondeu José, lançando um olhar direto para ela, como se houvesse algo a mais nas palavras.
— “Matheus merece.” — completou Bruno, tentando parecer natural, mas com os olhos tensos, como se estivessem à espera de alguém.
E então a porta se abriu.
Rafaella entrou, sorrindo, com Santiago ao lado. Os dois vinham conversando baixinho, e assim que entraram, Matheus correu ao encontro deles com o carrinho nas mãos.
— “Papai