A noite foi longa. Para Izadora, parecia ter durado uma eternidade. Bruno a usou como se estivesse exorcizando seus demônios, como se quisesse apagar da mente — e do corpo — o nome de Rafaella. Cada toque dele vinha carregado de raiva contida, desejo reprimido, e uma tristeza que Izadora não conseguia alcançar.
Ela pensou que, finalmente, o tinha para si.
Mas ao amanhecer, tudo voltou à cruel realidade.
Quando acordou, estendeu o braço para o lado da cama e encontrou o vazio. O lençol ainda quente denunciava que ele havia saído há pouco, mas nem um bilhete, nem um recado. Silêncio absoluto.
Levantou-se devagar, coberta apenas pelo lençol, e andou até a sacada. O carro de Bruno já não estava ali.
Ela voltou para o quarto, com o orgulho ferido. Passou pela penteadeira e viu seu reflexo no espelho: os cabelos bagunçados, as marcas de uma noite intensa no corpo, mas os olhos… vazios. Como se, mesmo depois de tudo, tivesse dormido sozinha.
Entrou no banheiro, e foi quando viu, na lixeira a