O relógio marcava 10h17 quando bateram à porta da sala de Rafaella.
— “Pode entrar.” — ela respondeu sem levantar os olhos dos relatórios de rotina.
A porta se abriu com rigidez. Dois homens de terno escuro e uma mulher de expressão dura adentraram o ambiente. Era a equipe da Corregedoria da Polícia Civil. O clima mudou instantaneamente.
Rafaella ergueu o olhar, surpresa.
— “Doutora Rafaella Souza Santos?” — disse o homem de cabelo grisalho, mostrando uma credencial.
Ela assentiu, lentamente se levantando.
— “Sou eu. Algum problema?”
A mulher da equipe estendeu uma pasta com um selo oficial e disse:
— “A senhora está sendo oficialmente comunicada sobre uma denúncia de envolvimento em esquema de suborno com invasores de propriedades privadas, especificamente ligadas à família Santos.”
Rafaella piscou, como se não tivesse entendido.
— “Perdão...? Suborno?”
— “A senhora é citada em um dossiê enviado por um denunciante anônimo. Há movimentações financeiras em seu nome, documentos que a li