Kael não dormiu naquela noite.
Esperou.
Na suíte escura, onde o silêncio parecia vibrar contra os espelhos e o teto refletia sombras que lembravam corpos em movimento, ele aguardava. O blazer repousava sobre a poltrona, os botões da camisa já abertos. O calor não vinha da lareira acesa, mas do que fermentava sob a pele — um desejo em ruína, em ebulição. A cama, ampla e coberta por lençóis negros, parecia um altar profano.
Narelle não veio.
Em vez dela, vieram duas ômegas.
Foram convocadas sem palavras — um gesto, um olhar. Eram belas, obedientes e experientes. Suas curvas sabiam o caminho da submissão, suas bocas não questionavam, apenas atendiam. A primeira ajoelhou-se assim que entrou. A segunda tirou o vestido no meio do quarto, os olhos baixos como se entregasse o próprio nome.
Kael permaneceu de pé.
— Vocês sabem por que estão aqui — disse, a voz rouca, grave, cortante como seda molhada. — Esta noite, não há ternura. Esta noite, servem para me lembrar quem manda neste lugar.
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