O skyline da cidade refletia nas paredes de vidro do apartamento executivo. Minimalista, sofisticado, estrategicamente localizado no centro financeiro. Narelle caminhava descalça pelo piso frio de mármore, os braços cruzados, olhando a cidade como quem lê um mapa de guerra.
As malas já estavam desfeitas. As babás organizavam os brinquedos do filho em um dos quartos — longe o suficiente para que nada do que acontecesse ali chegasse aos ouvidos inocentes.
Ela precisava de distância. Distância da mansão, das câmeras ocultas de Kael, dos olhares invisíveis, das paredes que pareciam ter ouvidos. Distância da ilusão de que aquilo era lar. Nunca foi.
No centro da cidade, ela estava mais perto da empresa. Mais perto do jogo. Mais livre. E, principalmente... mais fora do alcance de Kael.
Sem Lysa. Sem ele. Sem filtros.
O interfone soou. Ela não precisou perguntar quem era. Sabia. O cheiro dele parecia atravessar o concreto.
— Pode subir — disse, deslizando o dedo na tela.
Minutos depois, a por