A manhã começou como qualquer outra desde o acordo.
Rhaek estava na cozinha antes dela, preparando café como se fosse o hábito mais natural do mundo. Não perguntou se ela queria, apenas colocou a caneca diante de Narelle quando ela entrou.
— Sem açúcar, como gosta. — O tom era calmo, quase gentil.
Narelle agradeceu com um aceno breve, sem encarar por muito tempo.
Não queria ver aquele olhar que, mesmo depois de tudo, ainda conseguia atravessar suas defesas.
Ele não forçou conversa. Não tocou nela. Mas estava *presente*, a uma distância calculada, o bastante para que o perfume dele se infiltrasse no ar e confundisse sua concentração.
Durante o dia, ele repetiu o padrão: abrir a porta do carro para ela, esperar na saída de uma reunião, comentar sobre detalhes que só alguém muito atento perceberia — como o cansaço escondido nos ombros dela ou o fato de ela estar usando o colar que ele havia dado meses atrás.
Narelle percebia.
E detestava o fato de que parte dela… gostava dessa atenção.
À