Narelle chegou alguns minutos atrasada, colocou o caderno sobre a mesa, cumprimentou os presentes sem erguer muito o olhar.
Logo as vozes no ambiente se transformaram num zumbido distante — números, projeções, gráficos que mudavam na tela como se não tivessem peso algum.
Ela mantinha a postura impecável, caneta em mãos, mas sua mente começou a vagar.
Quando seus olhos encontraram os de Rhaek, no outro extremo da mesa, algo mudou.
Ele falava baixo com um dos diretores, mas o modo como inclinava a cabeça, a firmeza discreta dos ombros, o corte afiado do terno… tudo isso despertou nela uma lembrança.
E a lembrança virou imagem.
Uma imagem tão vívida que quase podia sentir o toque.
Imaginou-o aproximando-se por trás de sua cadeira, o corpo se curvando sobre o dela, o calor da presença dele envolvendo cada centímetro de seu espaço. Suas mãos firmes deslizando por seus braços até segurar-lhe os pulsos contra a mesa. O sopro quente no ouvido, o timbre grave sussurrando palavras que fariam se