Narelle voltou à mansão antes do amanhecer. O motor do carro rangia no silêncio do bosque enquanto ela descia, sentindo o corpo inteiro vibrar de humilhação e desejo. Cada passo doía. Não apenas pela vergonha de ter se tocado ali fora, mas porque, apesar de tudo, ainda o queria.
Quando entrou no quarto, largou os sapatos no chão e foi direto para o banheiro. Lavou o rosto, esfregou a pele até ficar vermelha. Mas não havia água no mundo capaz de apagar o que sentira vendo Rhaek se afundar no corpo de outra.
Nem o que sentia agora.
No espelho, a expressão dela parecia de uma estranha. Olhos febris, o lábio mordido. Era como se algo dentro tivesse sido quebrado e substituído por uma fome primitiva.
*Eu sou melhor que isso*, pensou. Mas a parte dela que sempre resistia estava ficando pequena. E a que queria se render crescia como uma praga.
Ela voltou ao quarto, se jogou na cama e encarou o teto. Precisava encontrar uma saída. Um jeito de não virar apenas mais uma no harém dele. Não ia