Rhaek permaneceu horas no escritório depois que Narelle saiu. Não conseguia se mexer, tampouco se obrigar a responder às mensagens que se acumulavam no visor. O silêncio parecia maior que ele. Maior que tudo.
Eu quero amar, mas não quero ser afogada.
As palavras dela vibravam em sua mente, despertando algo que ele sempre preferira ignorar: o medo de perdê-la para alguém como Kael — que não se envergonhava de tomar tudo o que desejava.
Ao anoitecer, não suportou mais. Vestiu o sobretudo e saiu, ignorando qualquer protocolo de segurança. Durante o caminho até a mansão de Kael, a raiva cresceu em ondas. Kael se achava dono de tudo — e agora ameaçava tomar o que era dele por direito. O filho. A loba. E talvez a própria honra.
Quando chegou, os portões se abriram apenas por reconhecerem seu cheiro. A construção estava em reformas, preparando o novo escritório de Kael no térreo, onde ele planejava gerir as alianças do clã e ampliar seu território.
Rhaek atravessou o hall com passos firmes.