A noite desceu sobre a sede como um manto silencioso. As tochas nas varandas ardiam baixo, lançando sombras dançantes sobre as paredes de pedra. Rhaek havia acabado de retornar do pátio quando foi surpreendido por um aroma familiar vindo do salão principal: ervas, vinho e o perfume discreto que sempre marcava a presença de Narelle.
Ele estranhou a mesa posta apenas para dois. Pratos de cerâmica, vinho vermelho repousando em taças altas, e no centro, flores silvestres recém-colhidas.
Narelle estava ali, sentada ereta, a postura serena mas firme. Seus olhos — tão intensos quanto os dele — o seguiram quando entrou, e por um instante Rhaek não conseguiu decifrar se aquele era um convite à paz ou um prenúncio de guerra.
— Não esperava por isso — disse ele, quebrando o silêncio, enquanto se aproximava e puxava a cadeira.
Narelle apenas arqueou um sorriso discreto.
— Não é todo dia que resolvo preparar algo… só para nós dois.
O jantar começou em silêncio. O som dos talheres contra os pratos