A vida na alcatéia dos Vorns seguia em paz.
Luxor demonstrava, dia após dia, que seria um substituto à altura de seu pai. A liderança nascia em seus gestos, no modo como sabia ouvir e no respeito que conseguia sem precisar erguer a voz.
Tiza era uma Luna adorável, presente em cada detalhe, sustentando a união entre as famílias. O brilho sereno dela contagiava a todos — firme, mas doce, feita de uma força silenciosa que era, ao mesmo tempo, guia e abrigo.
Os demais filhos de Narelle cresciam em sabedoria e união. Não eram apenas parecidos fisicamente: havia entre eles um laço profundo, uma espécie de sintonia natural, quase instintiva. A nova geração dos Vorns parecia destinada a manter acesa a chama da matilha por muitos anos.
A harmonia era real.
O tempo se desenrolava como um rio calmo.
Mas longe dali, em terras estrangeiras, outra história acontecia.
Em Marrocos, Kael já não existia. Restava Kalil — um homem de corpo reconstruído, mente treinada e voz moldada ao árabe. Ele vivia en