RENZO ALTIERI

Era quase nove da manhã quando o Bentley cruzou a longa entrada da propriedade . Eu estava ao lado da minha esposa, que segurava Dante no colo. O menino dormia tranquilo, finalmente em casa. Eu tinha recebido alta ontem, e ele recebeu alta hoje, mas continuaria em tratamento, tomando as medicações necessárias — um milagre, considerando tudo que ele passou. Graças a Deus, não havia sinais de doenças causadas pelos abusos que sofreu, mas a próxima semana ele vai fazer mais exames.

Matteo estacionou o carro na frente da mansão. Saí do veículo sem cerimônia, rodeei o carro e abri a porta para pegar Dante com toda a delicadeza que ele merece. O menino abriu os olhos só um pouco, só o suficiente para me reconhecer, e depois fechou, aconchegando-se mais em meus braços.

Beijei a cabeleira escura dele com cuidado, e olhei para minha esposa. Ela estava ali, firme e linda, seus olhos brilhando com aquela emoção silenciosa que só eu sabia decifrar. Aquele era nosso momento — a no