CAPÍTULO 04

RENZO ALTIERI

Fiquei com minha esposa nos braços até sentir o pequeno corpo dela parar de tremer. Ela relaxou contra mim, como se eu fosse o único lugar seguro no mundo. E sou. Porra, sou. Afastei ela só o suficiente para encarar seu rosto.

Os olhos... Dio.

O medo que há pouco tomava os olhos azuis e lilás dela tinha desaparecido. No lugar, havia suavidade. Brilho. Paz. Ela estava de volta. Minha pequena estava de volta.

Acariciei sua bochecha com minha mão desfigurada, aquele toque gentil que eu só era capaz de dar a ela. Ninguém mais. Só ela.

— Está melhor? — perguntei com a voz baixa, rouca, sentindo cada batida do meu coração acelerar por tê-la assim.

Ela sorriu.

Porra. Nunca vou me acostumar com isso. Com esse sorriso. Com ela sorrindo pra mim como se eu fosse digno disso.

— Estou. — ela sussurrou e desviou o olhar para a entrada do Palazzo Altieri.

Eu não queria forçar. Porra, o que menos quero é machucar ela.

— Se não quiser entrar, podemos ir embora. — ofereci, querendo arrancar ela dali, levar pro nosso mundo, pra nossa cama, pra porra do inferno, se fosse o que ela quisesse.

Mas ela sorriu de novo. Aquele sorriso.

— Você sabe dançar? — ela perguntou, me encarando.

Sorri por baixo da máscara. Dio, claro que sei. Giulia me ensinou... minha irmã era dançarina antes de ser engolida pelo caos da nossa família.

— O que eu ganho se eu falar que sei dançar? — perguntei, deixando a voz arrastar com rouquidão.

— Aceita chocolate? — ela franziu aquelas sobrancelhas branquinhas de um jeito tão adorável que quase me fez gemer de ternura.

— Eu não gosto de doces, meu anjo. — falei. E sorri de novo. Porque ela é meu único doce. Meu único vício.

Mas aí... aí ela fez aquilo.

O olhar dela desceu.

E ficou. Parado. Ali.

Não, porra. Ela não estava...

Estava.

Ela estava olhando direto pro meu pau.

Puta que pariu.

O sangue desceu com tanta força que a calça pareceu apertar de repente. Meu pau pulsava. Só com aquele olhar. A porra daquele olhar de menina curiosa com olhos de anjo e fome de mulher.

Ela umedeceu os lábios.

Caralho.

— Não faz isso, meu anjo. — rosnei, sentindo a pressão latejar.

E ela me olhou. Com puro... tesão. Cristo, aquele olhar ia me matar.

Ela se aproximou, levantou a mãozinha pálida e delicada, desceu os dedos pelo meu peito, por cima da gravata, até parar bem ali. No meu pau duro, latejando.

Quando ela apertou... fechei os olhos.

A porra da alma saiu do corpo.

Ela não parou. Desabotoou a calça. Desceu o zíper.

Porra. Ela quer chupar meu pau.

— Meu anjo... — murmurei, tentando ter algum controle da situação. — Se você continuar, vai ter que engolir a minha porra.

— Eu quero. — ela disse, manhosa. Quase cantando.

Meu corpo inteiro tremeu. Puxei a calça e a cueca pra baixo. E lá estava ele. Meu pau. Grosso, veias saltadas, algumas cicatrizes, cabeça úmida de pré-gozo. Rosado. Latejando.

Ela olhou. E ofegou.

— Ele é enorme... não vai caber em mim. — ela sussurrou.

— Vai sim... e ele é todo seu, meu anjo. — respondi com a voz rasgando.

Bianca segurou a base e começou a masturbar devagar. Porra. Porra. Fechei os olhos e senti cada maldito nervo pulsar. Quando senti a boca dela envolver a cabeça... perdi tudo.

Quente.

Molhada.

Pequena.

Ela começou devagar, sugando como se fosse uma sobremesa.

A melhor sensação da minha vida.

Abri os olhos e vi. Minha esposa, com a porra do meu pau na boca, me olhando com aqueles olhos misturados de céu e tempestade.

— Que visão do caralho... ah... — grunhi.

Levei minha mão desfigurada até o cabelo branco, enfiando os dedos com cuidado. Segurei firme. Comecei a guiar.

Ela gemia. Porra, ela gemia com meu pau na boca.

Comecei a estocar leve. Só o suficiente pra sentir mais fundo. O som, o calor, o gosto dela. Tudo me enlouquecia.

Ela recebia tudo. Com vontade. Quando enfiei mais fundo, senti a garganta dela me engolir. Vi os olhos lacrimejarem.

— Eu vou encher essa boquinha com a minha porra. — avisei, sentindo o prazer subir como uma maré assassina.

Ela respondeu me chupando mais rápido. Subindo e descendo. Gemendo.

Segurei firme. Movimentei os quadris. Mais rápido. O carro era uma sinfonia de gemidos, estalos e sucção.

Quando o orgasmo me atingiu... foi como explodir.

Puxei os cabelos dela um pouco mais e enfiei fundo. Gozando direto na garganta dela.

— Oh, caralho... — grunhi, sentindo cada jato sair, cada gota preenchendo a boquinha dela.

Bianca sugou até o fim. Até a última gota. Limpando. Me olhando.

Dio. Que mulher.

— Você é muito safada, meu anjo. — falei, ainda ofegante.

— Apenas sua. — ela sorriu, lambendo os lábios. — Você é uma delícia.

Quase gozei de novo com essa frase.

— Podemos ir embora? — perguntei, puxando a calça, ajeitando o cinto, mesmo com o pau ainda meio duro.

Ela gargalhou.

Filha da puta linda.

— Não. — ela respondeu. — Temos uma dança.

— Caralho. — resmunguei, me recompondo com o corpo pegando fogo.

Saí do carro. Rodei o veículo até a porta dela. Estendi a mão. Ela segurou com doçura, desceu sorrindo.

— Quero ver você rir quando eu foder você, meu anjo. — murmurei perto do ouvido dela, puxando pela cintura.

Ela parou de sorrir. O olhar dela queimava.

Fodido. Completamente fodido por ela.

Entramos no Palazzo Altieri. Tudo estava impecável — branco e dourado, os convidados em seus lugares. Quando nos viram, todos olharam com respeito, medo... e inveja.

Porra. Como deveriam.

Caminhei com ela até a mesa que haviam reservado especialmente para nós. Era tudo como eu havia planejado: perfeito, silencioso e luxuoso. Mas havia algo no olhar da minha pequena que gritava malícia.

Puxei a cadeira para que ela se sentasse — porque anjos merecem ser tratados como realeza — e ela o fez com uma classe absurda. Me acomodei ao lado dela, atento, como sempre.

— Tenho uma surpresa pra você, garotão. — ela disse, me olhando daquele jeito que fazia meu sangue ferver por dentro.

— Não gosto de surpresas. — resmunguei, colocando minha mão enluvada sobre a coxa dela. Apertei de leve, só o suficiente pra fazê-la saber que eu não estava confortável com aquela ideia.

Mas a diaba sorriu.

— Você vai gostar. — se levantou com uma leveza que me deixou puto. — Eu já volto. Vão colocar uma cadeira no centro da pista de dança, e você senta lá.

— Meu anjo... — tentei intervir. Eu não gostava de surpresas. Muito menos delas em público.

— Espera aqui, amor. — e foi embora, indo em direção a uma porta lateral. Sumiu.

Dez minutos.

Dez longos minutos.

Meu maxilar já doía de tanto que eu cerrava os dentes por trás da máscara. Olhei no relógio, o ponteiro parecia zombar da minha ansiedade. Onde ela estava?

Foi quando vi um homem entrando e colocando uma única cadeira bem no centro da pista. Outros dançarinos começaram a se posicionar ao redor. Meu sangue congelou.

Caralho... ela não vai fazer isso. Vai?

O homem apontou para a cadeira. Olhou diretamente pra mim. Eu entendi o recado.

Puta que pariu.

Me levantei, caminhei até a cadeira com passos firmes e largos, a bengala batendo no chão como um aviso de que o Don estava indo ao seu próprio tormento.

Sentei.

Coloquei a bengala entre as pernas, minhas mãos apoiadas no topo dela. Os olhos estavam fixos nos dançarinos. Mas era dela que eu esperava algo. Sempre dela.

As luzes se apagaram.

Uma única luz acendeu.

E então eu a vi.

— Porra... — rosnei por baixo da máscara.

Ela estava ali. No centro de tudo. No centro do meu caos. Vestia o mesmo maldito vestido de antes — mas agora, encurtado até o meio das coxas. Os cabelos soltos, selvagens como ela. Nos pés, um par de Christian Louboutin Crystal Queen nude que faziam minhas mãos coçarem pra tirá-los com os dentes.

Gostosa pra caralho.

Meu pau latejou. Duro. Sedento. Louco pela minha esposa. Ela sorriu. Aquele sorriso. O sorriso de quem sabe que tem o inferno e o paraíso entre as pernas.

A música começou: Te Quiero Más de TINI e Nacho. Ela se moveu. Não dançou. Possuiu o ritmo. Os passos delicados, suaves, mas carregados de provocação. O vestido girava e, ao forçar a visão, vi um short nude por baixo. Graças a Dio... ela não é tão louca assim. Ou é?

Ela se aproximou. Mexendo o corpo devagar, como se cada passo fosse um convite ao pecado. Passou a mão pelos meus ombros, depois desceu pelas mãos que seguravam a bengala — que agora tremiam. Eu soltei. Ela me puxou.

E eu fui.

Fiquei de pé.

Porra.

Ela girou ao meu redor. Parou atrás de mim, as mãos pequenas e quentes deslizando pelo meu peitoral. Depois se colocou na minha frente, virou de costas e se esfregou em mim. Pressionou a bunda contra o meu pau duro. E se mexeu. Filha da puta. Ela rebolava, se esfregava, provocava cada pedaço do meu controle.

— Sua diaba... — murmurei contra a máscara, abaixando a cabeça só pra ela ouvir.

E a desgraçada gargalhou.

Minha mão subiu pela lateral da cintura dela até alcançar o pescoço. O cheiro de morango me acertou como um soco no peito.

— Safada do caralho! — rosnei apertando de leve o pescoço delicado que eu queria morder, marcar, foder.

Ela se afastou. Virou-se pra mim.

Os olhos... merda. Nunca vi tanto tesão numa mulher. Luxúria crua, bruta, deliciosa. Engoli em seco. Eu ia acabar com ela essa noite. Ia foder até fazê-la implorar. Ia fazê-la pagar por cada provocação.

— Me segura firme. — ela pediu, segurando minha mão enluvada.

— Abre as pernas.

Obedeci.

Segurei sua mão, firme. Abri as pernas. Meu coração batia como um tambor de guerra.

A música se aproximava do fim.

E então ela fez.

Por Dio!

Fez a porra de um espacate no meio das minhas pernas. O rosto sorrindo pra mim como se soubesse que eu estava prestes a cometer um crime de luxúria ali mesmo.

Caralho.

Bianca se ergue devagar, os cabelos deslizando pelos ombros como seda viva. Seus olhos encontram os meus por trás da máscara. Brilham de malícia. De fogo. De vitória.

— Gostou? — pergunta, com aquela voz sínica, sacana, que faz meu pau latejar ainda mais.

Eu a encaro em silêncio por dois segundos. Dois longos segundos onde minha mente só pensa em como foder ela até apagar.

— Vou gostar mais quando eu foder você. — rosno, com a voz rouca, grave, engolindo a distância que ainda resta entre nós. Puto. Ardendo. E completamente de pau duro.

Ela gargalha.

Porra, como ela se diverte me torturando.

— Eu não sabia que você era uma diaba disfarçada de anjo. — digo, me aproximando mais.

Ela ainda gargalha. Enlaça os braços ao redor do meu pescoço com uma leveza que me desmonta. Mesmo de salto, sua cabeça alcança apenas o meu ombro. Pequena. Frágil. Minha. Toda minha.

Ela se ergue nas pontas dos pés, o rosto a centímetros do meu. Beija a boca da máscara com carinho. Com desejo. Com tudo que me destrói.

— Eu amo você. — ela diz, olhando diretamente nos meus olhos, atravessando a máscara, atravessando tudo. — Está pronto pra dançar comigo, garotão?

Inclino o rosto até quase encostar na pele dela, minha voz saindo num sussurro sujo, obsceno, possessivo:

— De pau duro?

Ela sorri, impiedosa, sensual.

— Depois da dança... podemos ir embora.

A música começa. Cuando Me Enamoro de Enrique Iglesias e Juan Luis Guerra entoam um ritmo latino que me obriga a querer odiar a melodia... mas não consigo. Porque ela começa a se mover. E me leva com ela.

Minhas mãos vão direto à cintura dela. Seguram firme. Possessivas. Como se eu fosse um açoite cravado em sua pele. Guiados pelo som, começamos a dançar.

Ela se movimenta com a mesma leveza de uma pena, enquanto eu a giro com maestria. A cada volta, o vestido se abre, revelando flashes das coxas alvas. A cada reencontro, seu corpo se encaixa ao meu como uma extensão de mim mesmo.

O coração b**e acelerado. Meu pau continua duro, pulsando contra o tecido do paletó como um aviso urgente de que essa dança vai terminar em algo muito mais selvagem. Mas eu respiro. Seguro. Aproveito. Porque com ela... até dançar me fode emocionalmente.

Fico agarrado nela. Aperto sua cintura. A puxo pra mais perto. E ela repousa a cabeça no meu peito enquanto rodopiamos pelo salão imenso do Palazzo Altieri.

— Você dança bem. — ela sussurra.

Sorrio sob a máscara, um sorriso pequeno e triste.

— Minha irmã me ensinou. — respondo, sentindo a pontada de dor cravar no peito. Giulia. Sempre ela.

— Ela ensinou bem. — Bianca murmura, e então beija meu peitoral por cima do paletó.

Dio... Eu não merecia essa mulher. Essa criatura feita de luz, feita de doçura. Eu não merecia um amor tão puro num corpo tão provocante. Não depois de tudo que fiz.

A música vai chegando ao fim. Mas nós continuamos. Não há pressa. Não há mundo. Só nós dois. Bianca enlaça a minha cintura, e eu fecho os olhos por um instante, apertando os braços ao redor dela e aspirando o cheiro inconfundível de morango que emana da sua pele.

Então os aplausos ecoam pelo salão. Palmas, gritos, assovios. As pessoas sorriem. Estão encantadas com o que viram. Com a dança. Com ela.

Mas meu mundo para.

— Dio, Loki! — ela exclama, se soltando de mim num rompante.

Meus olhos seguem o dela.

E lá está ele.

O maldito lobo gigante, molhado, imponente, parado na entrada do salão.

Ela corre até ele.

— Porra... — resmungo, caminhando atrás.

Bianca abraça a criatura como se fosse uma criança reencontrando seu melhor amigo. Beija a pelagem molhada sem nenhum medo, sem nojo. Apenas amor.

Aproximo-me. E vejo Marino surgir na mesma direção.

Ele para ao meu lado. Sorri.

— Tive que limpar ele. — diz, encarando o lobo que se derretia nos carinhos da dona.

— Ele deixou? — pergunto, incrédulo. Aquela criatura era selvagem. Selvagem como eu.

— Ele é obediente. — Marino dá de ombros. — Mas odeia secador.

Solto um riso discreto sob a máscara. Quase imperceptível. Quase.

— Prepare o carro. E a escolta. — digo, meus olhos grudados na minha esposa. — Vamos embora.

— Ainda vai viajar em lua de mel? — ele pergunta, preocupado.

— Sim. — respondo com firmeza. — Na outra semana.

— Certo. — Marino concorda. — Vou preparar a saída.

Ele sai e me deixa ali. Sozinho. Ou quase.

Fico observando minha mulher. O lobo do demônio ao lado dela. Me encara. Aqueles olhos lupinos e frios me analisam.

E eu encaro de volta. Fixo. Intenso.

— Vamos? — pergunto, mantendo o tom calmo, firme.

Ela se vira. Sorri pra mim.

— Vou só me despedir do grupo.

Caminha até o grupo que dançou com ela. E o salão parece sumir ao redor. Ela abraça cada um. Sorri. Agradece. Como se fosse uma rainha entre súditos apaixonados.

Loki fica ao meu lado. Sentado. Firme. Observando sua dona com uma devoção que reconheço — porque é a mesma que tenho por ela.

— Obrigado. — digo baixo, sem esperar resposta.

Mas o lobo... inclina levemente a cabeça. Como se tivesse entendido. Como se fosse mais do que um animal.

Bianca retorna, radiante. Segura minha mão — a desfigurada, a marcada, a que todos evitam — e a entrelaça como se fosse a parte mais linda de mim.

E nesse instante, sei.

Ela me ama por inteiro.

Com todas as sombras.

Com todas as cicatrizes.

— Agora podemos ir. — ela diz com aquele sorriso de quem me vence sem esforço algum.

E eu, Renzo Altieri, o Don da Dita d’Acciaio, só consigo obedecer.

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