Onde o Silêncio se Transforma em Luz
O hospital agora dormia com um silêncio diferente.
Não era o silêncio que espreita para atacar, mas o que repousa depois da tempestade.
Corredores antes saturados pelo cheiro de medo agora guardavam apenas o aroma leve do café da manhã, misturado ao perfume das flores que voluntários deixavam nas recepções.
Ala após ala, a vida retomava seu lugar.
Monitores cardíacos voltavam a marcar apenas o ritmo de quem vive.
Portas se abriam para visitas, e não para ordens frias vindas de corredores secretos.
No jardim recém-restaurado da Fundação, Caleb caminhava devagar, sentindo o peso e a leveza de um destino cumprido.
Nos braços, Sofia, com o rosto voltado para a claridade.
Seus olhos, tão pequenos e ao mesmo tempo tão antigos, pareciam compreender algo que as palavras ainda não alcançavam.
— Você não sabe, pequena. Murmurou, com um sorriso que tremia.
— Mas foi o seu choro que mudou tudo.
Ao longe, Ava observava a cena. O vento brincava com seus cab