A Primeira Fratura
DIAS DEPOIS…
O dia seguinte amanheceu com um vento frio que percorria os corredores da cidade, como se a natureza pressentisse a tempestade que se aproximava.
Caleb acordou antes do sol nascer, com os olhos ardendo e o corpo ainda cansado.
Ao olhar pela janela, viu o jardim coberto pelo orvalho, as folhas imóveis em expectativa silenciosa.
Lucas ainda dormia. O menino havia passado a noite na casa de Matilde com Ava, por precaução.
Caleb sentia a ausência do filho como uma ferida aberta. Mas também sentia um estranho alívio.
Sabia que Lucas estava protegido.
Enquanto o café coava, ele voltou ao computador.
Precisava organizar os documentos para a entrega à promotoria.
As gravações estavam nomeadas, os e-mails impressos, os relatórios agrupados.
Mas o que mais doía era ouvir a voz de Sofia repetidamente, como uma melodia fantasma que se recusava a desaparecer.
No meio da manhã, Helena chegou apressada.
— Caleb, ela sabe. Francine.
—Recebi uma mensagem anônim