Fronteiras Invisíveis
Francine dobrou a manta sobre o sofá com precisão cirúrgica. Um gesto doméstico, calculadamente simples, mas cheio de intenção. Tudo naquela sala transmitia ordem, delicadeza e controle exatamente como ela queria ser percebida.
A notícia chegara naquela manhã:
Caleb aprovara a contratação da babá.
Francine sorriu, mas só por dentro. Havia plantado essa ideia com tanto cuidado que Caleb sequer percebera que fora dela desde o início.
Bastara mencionar, entre um café e outro, o quanto Lucas precisava de alguém que o acompanhasse com mais atenção.
Ela se dizia preocupada. Cansada. Afinal, também estava se dedicando ao hospital, às tarefas da casa. Um elogio aqui, uma expressão de cansaço ali e pronto. Caleb havia “decidido”.
— “Você tem razão, Fran… Vai ser bom pra ele. E vai te aliviar um pouco também.”
Claro que ele não percebia. Nunca percebia. Francine já aprendera:
Os homens preferem acreditar que as ideias são deles.
A babá chegaria à tarde. Uma recomendaç