A Muralha Invisível.
O céu da manhã amanhece encoberto, como se o próprio tempo temesse o que está por vir.
Os muros da Fundação Vasconcellos, antes símbolo de confiança, agora parecem muralhas sob cerco.
Caleb observa a movimentação dos funcionários do alto da sala de vigilância. Cada gesto é comedido, cada troca de olhares, tensa.
Ele sabe:
Não é só a reputação que está em risco
— É a vida de todos que ousaram erguer a voz.
No quarto, Ava termina de vestir a camisa branca preparada para a coletiva.
O cabelo preso revela sua expressão serena, mas firme.
Matilde ajuda com os últimos botões.
— Você está linda — diz, emocionada.
— Eu não quero parecer forte. Só quero ser verdadeira. Responde Ava, olhando-se no espelho como quem encara a si mesma pela primeira vez em muito tempo.
Lucas brinca no canto, desenhando uma casa com janelas grandes e um jardim cheio de flores.
— Essa é a casa que a gente vai morar depois, né?
Ava se abaixa ao lado dele.
— É sim. E você va