A sala mergulhou em um silêncio absoluto. Cada respiração parecia mais alta que um trovão, cada pequeno movimento ecoava, e mesmo o menor sussurro poderia denunciar a todos. As crianças lutavam para não chorar ou gritar. Noah sentia o coração disparar tão forte que parecia que iria saltar do peito, as mãos coladas à mesa, as pernas tremendo de maneira quase involuntária. Ele trocava olhares rápidos com Lucas, que mantinha o lábio mordido até quase sangrar, e com Kaio, que escondia o rosto nos braços sobre a mesa. Tobi, em contraste, permanecia rígido, encarando a porta, com os olhos fixos como se pudesse impedir a entrada dos invasores apenas com o olhar.
A professora, estava em choque. Suas mãos trêmulas seguravam a chave com força excessiva, os dedos apertando na tentativa de não deixá-la cair. O corpo dela estava tenso, cada músculo rígido, cada respiração um esforço. Ela sentia o peso esmagador da responsabilidade sobre si: cada criança naquela sala dependia dela.
Do outro lado