O sábado amanheceu silencioso, como se o próprio bairro tivesse absorvido parte do trauma vivido naquela semana. As ruas estavam mais vazias, vizinhos evitavam barulhos desnecessários, e cada jornal ou canal de televisão ainda girava em torno da mesma tragédia. Para muitos pais, apenas pensar em deixar os filhos saírem de casa já parecia um risco imenso.
Na casa de Eduardo e Jinx, o clima ainda era de convalescença. Noah passava boa parte dos dias quieto, agarrado ora ao colo de um, ora ao do outro, evitando a qualquer custo permanecer sozinho. Dormia mal, acordando com pesadelos, e com frequência caminhava pela madrugada até o quarto deles para se deitar entre os dois. Eduardo e Jinx nem cogitavam recusar: quando o menino batia na porta, eles apenas abriam os braços.
Naquele sábado específico, Noah estava deitado no sofá, mexendo distraidamente no celular. Foi quando o aparelho vibrou mais forte: uma mensagem no grupo que ele dividia com os três colegas mais próximos.
Lucas: Oi, gent