A sala de aula parecia um lugar fora do tempo. O som distante dos disparos cessava e voltava, mas os gritos nos corredores eram constantes e se misturava com a respiração pesada das crianças, que prendiam o fôlego a cada estalo.
Noah sentia o coração no pescoço. O ar parecia rarefeito, e embora estivesse sentado, tinha a impressão de que suas pernas iam ceder a qualquer instante. Do lado dele, Lucas mordia o lábio até quase sangrar; Kaio escondia o rosto nos braços sobre a mesa; Tobi olhava fixamente para a porta, como se esperasse que ela fosse arrebentada a qualquer momento.
A professora, senhorita Hompkins, uma mulher na casa dos 40, geralmente firme e paciente, agora tremia tanto que mal conseguia manter a voz firme.
— Está tudo bem, crianças… — murmurou, tentando convencer a si mesma mais do que os alunos. — Vai ficar tudo bem…
Ninguém acreditava naquelas palavras.
De repente, um som diferente ecoou pelo corredor. Passos apressados. Vários. Não era a mesma correria caótica de ant