Clara acordou com o som da porta batendo.
Por um instante, achou que estava sonhando — o relógio marcava pouco antes das sete da manhã.
O coração acelerou quando ouviu o barulho das chaves e o som inconfundível de passos firmes no corredor.
Arthur.
Ela sentou na cama, o corpo em alerta.
A última vez que ele tinha aparecido sem avisar, o casamento ainda existia — ao menos nas aparências.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou, quando ele entrou no quarto, ainda de roupa social, o rosto cansado, os olhos vermelhos.
Arthur a encarou como se tivesse passado a noite ensaiando aquela cena.
— Eu moro aqui, não moro? — disse, com um riso curto, ácido. — Ou o “namorado novo” já te convenceu a mudar o endereço?
Clara respirou fundo, forçando um sorriso calmo.
— Ah, então é isso. Já começou o interrogatório. Que curioso… pensei que casamento aberto não incluía prestação de contas.
— Não me provoca, Clara. — A voz dele saiu mais alta do que pretendia. — Você sabe muito bem o que eu vi.
Ela l