Capítulo 96
George não acreditava em mim e, obcecado com aquela ideia de que existia algo entre mim e Bruno, acabou me cercando num silêncio opressor que restava só a mim engolir, por orgulho e exaustão.

Quando não disse nada, ele se aproximou, ameaçador, bloqueando até a pouca luz do corredor, e tornou tudo mais intimidador. Meu corpo reagiu sozinho, me fazendo recuar instintivamente.

A voz dele saiu dura, cheia de uma frieza pesada, quase cortante:

— Você vai ser humilhada, não duvide disso. Mas, antes de tudo, o que eu quero é que peça desculpas para minha avó.

A frase me pegou completamente desprevenida.

Desculpas? Por qual motivo exatamente? Que mal eu teria feito à avó dele?

Com a minha expressão confusa, George apenas sorriu, carregado de desprezo.

— Eu sabia que você tinha péssima memória. Mal passaram dois anos e já esqueceu como tratou minha avó naquele tempo?

Foi como se um estalo dolorido ecoasse na minha cabeça. Dois anos atrás... Eu forcei a memória, e cada detalhe daquela época com
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