George não acreditava em mim e, obcecado com aquela ideia de que existia algo entre mim e Bruno, acabou me cercando num silêncio opressor que restava só a mim engolir, por orgulho e exaustão.
Quando não disse nada, ele se aproximou, ameaçador, bloqueando até a pouca luz do corredor, e tornou tudo mais intimidador. Meu corpo reagiu sozinho, me fazendo recuar instintivamente.
A voz dele saiu dura, cheia de uma frieza pesada, quase cortante:
— Você vai ser humilhada, não duvide disso. Mas, antes de tudo, o que eu quero é que peça desculpas para minha avó.
A frase me pegou completamente desprevenida.
Desculpas? Por qual motivo exatamente? Que mal eu teria feito à avó dele?
Com a minha expressão confusa, George apenas sorriu, carregado de desprezo.
— Eu sabia que você tinha péssima memória. Mal passaram dois anos e já esqueceu como tratou minha avó naquele tempo?
Foi como se um estalo dolorido ecoasse na minha cabeça. Dois anos atrás... Eu forcei a memória, e cada detalhe daquela época com