George estava parado ali, me encarando de cima enquanto a luz fraca do hall desenhava sombras duras em seu rosto, bonito, sim, mas agora completamente fechado.
Era impossível saber o que pensava, só dava para sentir que ele me enxergava como alguém lamentável, nem digna de reação.
Tive que morder o lábio para segurar as emoções e, sentindo o joelho pulsar, forcei meu corpo a levantar, buscando alguma dignidade mesmo em meio à dor. Ele nem sequer esperou, só virou de costas e caminhou para o grande salão, me obrigando a segui-lo mancando, sempre mantendo aquela distância de segurança, nunca perto demais, nunca tão longe a ponto de me perder.
O salão da festa ainda estava no esquenta, com os convidados espalhados em pequenos grupos, rindo e conversando. Assim que George entrou, senti olhares se voltando e, de repente, as conversas viraram cochichos e risadas abafadas.
Uma das mulheres mais elegantes e exibidas do salão se apressou em dar a primeira espetada:
— Olha só, o George ficou