A grade pesada da sala de visitas ecoava o silêncio tenso. Lívia estava sentada em uma cadeira de plástico desconfortável, as mãos entrelaçadas sobre o colo, essa etaa semana de visitar seu filho. Do outro lado da divisória de vidro, Fernando parecia mais austero. A roupa de presidiário apagava um pouco de seu brilho, mas não a arrogância nos olhos.
_ Você está bem? Lívia perguntou, sua voz abafada pelo interfone, o tom de desdém mal disfarçado.
_ Estou indo, mãe, ele respondeu, com a voz ligeiramente distorcida. Tenho notícias.
O coração de Lívia acelerou, abriu mais os.olhos em expectativa.
_ Que notícias?
_ Liberdade condicional.
Fernando deu um sorriso de canto de boca, um sorriso que não alcançava os olhos.
_ Como? Não é muito cedo?
_ Meus advogados conseguiram negociar um acordo... eu, bem... eu disse que foi o pai... estão finalizando a papelada. Em alguns dias, eu vou poder sair daqui. Mas, para isso, eu preciso de um trabalho e uma residência fixa.
Lívia se