Damian
O salão principal da fortaleza estava lotado. As tochas queimavam alto, mas o ar parecia frio. Cada general trazia no rosto a mesma mistura de medo e esperança.
Eu via nos olhos deles o que tentavam esconder, todos sabiam que, se errássemos um passo, Kaleb destruiria não apenas nossos exércitos, mas o que restava do mundo dos lobos.
Selene estava sentada à cabeceira comigo. Damon, ao lado. Os anciãos, de pé nas laterais. Um silêncio pesado se espalhou quando bati o punho sobre a mesa.
— Comecemos.
O primeiro a falar foi Hadran, o comandante mais velho.
— Meu rei, peço cautela. Kaleb é traiçoeiro. Ele nos provocou para lutarmos no terreno dele. Devemos esperar reforços das colinas do norte antes de atacar.
— Esperar? — Selene ergueu a voz, sem esconder a indignação — Enquanto ele mantém crianças presas? Enquanto o sangue de inocentes seca nas pedras? Não há tempo para reforços!
Hadran abaixou o olhar.
— Com todo respeito, Luna Alfa, atacar às cegas seria suicídio.
— O suicídio