Selene
Quando a tarde terminou e o rumor do conselho foi se apagando pelos corredores, a fortaleza suspirou mais baixo.
Eu fiquei um tempo sozinha no quarto, sentada à beira da cama, olhando as marcas nos meus ombros no espelho de frente para mim.
O lugar onde Damian me marcou. O lugar onde Damon me marcou. Duas luas na pele. Duas âncoras no mesmo corpo.
Passei os dedos devagar por cada marca. O calor subiu da pele para a garganta. Não era vergonha. Nem dúvida. Era outra coisa. Era aceitação.
— “Pronta para falar sem fugir?” — Ash perguntou dentro de mim. A voz dela vinha firme, macia como couro bem curado.
— Pronta, Ash. — respondi — Eu amo os dois, Ash. Não é peso. Não é divisão. É assim que meu coração existe agora. E eu não vou mais pedir desculpa por isso.
— “Não se pode fugir da lua.” — ela disse, num sussurro que me arrumou por dentro — “Só dançar na luz dela.”
Sorri sozinha. Era isso. Dançar na luz. Bateram à porta.
— Entre.
Damian entrou primeiro. Vestia uma camisa de linho