Damon
Lá dentro, correntes partidas e mais dois elos no chão. Três manchas de sangue em lugares medidos. Uma lasca de unha num canto. Uma fita azul presa numa farpa, não de Kiera, de outra menina. Havia letras riscadas na parede, feitas com carvão grosso: “Tutu”, “Mãe”, “Lua”. Criança escreve como reza.
Selene tocou as letras com a ponta dos dedos, o rosto tenso.
— Elia esteve aqui. Ela acalma as crianças assim… manda escrever nomes para não esquecer que estão vivas.
— Então estavam vivas até pouco tempo. — falei — E andando.
Algo no fundo da gruta “clicou”. Um som pequeno, mas que meu corpo conhece. Empurrei Selene para a parede e joguei meu peso para a lateral. O cilindro de estilhaço disparou para o vazio, atingindo pedra do outro lado, prata moída batendo como chuva. Ficamos quietos um segundo. Poeira caindo.
— Você está bem? — ela perguntou, ofegante.
— Estou. — Passei a mão pelo braço dela, por reflexo, conferindo pele — E você?
— Inteira. — E respirou mais fundo — Obrigada.
Só