Damon
Descemos pela encosta como sombra, eu e Selene, com mais três rastreadores atrás. O céu estava fechado, sem estrelas. O vento vinha de baixo, gelado, trazendo cheiro de pedra molhada e ferrugem.
A ravina era um corte escuro no chão do mundo, uma boca de lobo velha. E Kaleb tinha escolhido esse lugar por um motivo, ali, o som morria rápido e o medo crescia depressa.
— Fica perto de mim. — falei para Selene, sem olhar.
— Eu fico. — ela respondeu, baixo.
Senti seu passo no ritmo do meu. O corpo dela conhecia meu corpo. A Lua fez isso com a gente, de noite, o vínculo fala mais alto. Mas eu tinha que lembrar por que estávamos ali. Crianças, Elia, Dornan… nomes, não números.
Shadow, meu lobo, rondava logo abaixo da pele, impaciente.
— “Tem sangue fresco.”
— Eu sei.
— “Cheiro de corrente quebrada. Cheiro de medo. Cheiro de truque.”
— Eu sei, Shadow. Segura.
As paredes da ravina brilhavam um pouco de umidade. O chão, irregular. Em alguns pontos, marcas de arrasto. Mais adiante, lampiõe