Damon
A noite caiu como uma benção. O vento soprava frio, arrastando o cheiro de ferro e fumaça até as muralhas. Meus homens estavam prontos, armados, o olhar atento.
A lua era apenas um corte fino no céu, o suficiente para iluminar o caminho, mas não para nos denunciar.
Eu vivia para esse tipo de escuridão. Quando tudo se calava, quando até o ar parecia prender a respiração.
— Mova-se como sombra. — sussurrei — Mata sem som, recua sem olhar.
Os guerreiros noturnos assentiram. Nenhum deles tremia. A alcateia da noite era treinada para matar e desaparecer antes que o inimigo percebesse o que o atingiu.
Dei o sinal.
As silhuetas começaram a deslizar entre as árvores, o som das botas abafado pela terra úmida. O vale estava adiante, com as fogueiras de Kaleb tremulando ao longe, como olhos de predadores.
E então, senti. Um cheiro conhecido, doce e cortante, que não deveria estar ali.
Virei o rosto. Selene.
Ela surgia por entre as sombras com a capa escura e a adaga presa à coxa. Os cabel