Selene
O acampamento parecia cansado. As fogueiras estavam baixas, só brasas, e a fumaça fazia o ar arder um pouco na garganta. Cheguei com Damon pelo lado norte, onde tinham montado as barracas dos batedores.
Os soldados se revezavam nas fogueiras, limpando espadas, cuidando de ferimentos e afiando as garras. O vento trazia o som de gemidos de lobos feridos sendo tratados nas barracas do lado leste. Quando entrei, Rurik já me esperava com o olhar cansado, o tipo de olhar de quem traz notícias que ninguém quer ouvir.
— Eles voltaram. — disse Rurik, surgindo da sombra — E não trazem boas notícias.
— Fala, Rurik. — pedi, direta — O que vocês viram?
Ele olhou para Damon e depois para mim, como se estivesse medindo a forma certa de falar.
— Pistas demais, Luna Alfa. — Ele coçou a barba, irritado — Rastros “limpos” passando pelos campos, pegadas marcadas demais, fogueiras apagadas de propósito, estandartes deixados no caminho certo demais. É como se Kaleb tivesse colocado placas luminosas