Damian
O sol nascia entre nuvens espessas, e a fortaleza parecia andar mais devagar desde o encontro com Calíope. As torres guardavam o que não falamos, mas havia uma tensão nova no ar, a da preparação. Cada passo no pátio soava como o prelúdio de algo maior.
Eu estava no salão de guerra antes que a luz tocasse as pedras. Os mapas ocupavam toda a mesa central, e o cheiro de ferro e pergaminho se misturava ao de fumaça. Damon ainda dormia, ou fingia dormir. Selene, porém, já estava lá. Ela não entrou pedindo permissão. Entrou como quem sabe que pertence.
— Não conseguiu descansar? — perguntei, sem levantar a cabeça.
— Descansar é luxo antes da guerra. — respondeu.
Quando ergui os olhos, ela já estava ao meu lado, observando o mapa com atenção. O cabelo preso em trança grossa, o rosto marcado de cansaço, mas os olhos… vivos, alertas, como o de uma loba em vigia.
— Vamos atacar em duas frentes. — falei, deslizando o dedo pelo mapa — Eu e o exército pelo caminho principal. Damon e as somb