Selene
Foi quando senti o ardor na lateral do meu braço, um talho. Pequeno, mas fundo. Sangue quente escorrendo pelo antebraço. Apertei o punho para não perder a força. Dagan gritou meu nome. Não olhei. O tenente riu ao ver meu sangue pingar no chão.
— Vai morrer pingando como cadela. — cuspiu.
— E você vai morrer calado. — retruquei.
Fingi avançar pelo lado ferido, ele mordeu a isca e fechou a guarda naquele flanco, girei o corpo e entrei pelo contrário, baixo, com um golpe curto na base do abdômen. Ele tentou bloquear, mas a espada pegou na carne. Tombou para trás, surpresa nos olhos. Ajoelhei, puxei a espada e terminei limpo, sem sofrimento longo. Meu braço queimava, mas eu estava inteira.
— Saída! — gritei.
Dagan já vinha com os libertos. Myra segurou a retaguarda. Halvar derrubou outro barril com um empurrão, o fogo levantou, e o depósito inteiro virou fogueira. Corremos pela trilha de musgo, duas curvas, desvio pelo tronco caído, e o cheiro de fumaça ficou para trás. Só então pa