Damian
O sol mal tinha tocado o horizonte quando os primeiros sinos ecoaram na fortaleza. O ar da manhã estava denso, frio e elétrico, o tipo de silêncio que antecede a guerra. As muralhas ainda guardavam o cheiro de ferro e óleo quando Blaze começou a se agitar dentro de mim.
— “Hoje o sangue do inimigo ferve antes do teu. É dia de caçada.”
— Eu sei. — respondi em pensamento — E ela vem comigo.
A reunião com o conselho começou antes do nascer completo do sol. Os anciãos estavam sentados, envoltos em peles e medo disfarçado de prudência. Coloquei o mapa sobre a mesa e marquei com a ponta da adaga o ponto do leste, um posto avançado de Kaleb, guardando estoques e rotas.
— Vamos atacar aqui. — anunciei — É o elo mais fraco da corrente dele. Se cair, os suprimentos demoram duas luas para se refazerem.
Um dos anciãos pigarreou.
— Levará Selene?
— Sim. — respondi firme.
— Rei Damian, com todo respeito, a fêmea da Lua deveria ficar. O povo precisa dela viva, não ferida.
— O povo precisa v